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Evento “40 Anos das Diretas Já” avisa: democracia deve ser cultivada dia a dia

  O seminário “40 Anos das Diretas Já”, realizado pela OAB SP e pela Folha de S. Paulo no dia 29 de abril, na sede da Ordem, foi marcado pela emoção das centenas de pessoas que cantaram o Hino Nacional junto com Fafá de Belém, muitas delas às lágrimas, e ouviram relatos de personalidades que ajudaram a escrever um dos capítulos mais importantes da História do Brasil. O movimento que, em 1984, tentou convencer o Congresso Nacional a aprovar emenda instituindo eleições diretas para presidente da República não atingiu seu intento, mas serviu, pela dimensão que alcançou, para unir o país em busca da democracia plena. O que se viu nas ruas do país, especialmente em um comício na Praça da Sé, em São Paulo, jamais será apagado da memória. Do evento promovido agora pela Ordem paulista restarão valiosos relatos e recados aos mais jovens. E uma mensagem-síntese: a democracia deve ser cultivada dia a dia, em um processo contínuo. “Campanhas de desinformação confrontam a nossa democracia, que, no entanto, mostra vigor. É preciso compreender que o mundo mudou, e que a democracia enfrenta novos desafios”, afirmou a presidente da OAB SP, Patrícia Vanzolini. E prosseguiu: “É necessário também olhar para dentro das nossas instituições e coibir excessos que às vezes vêm acompanhados de bons argumentos”. Vice-presidente da Secional, Leonardo Sica disse, em alusão ao momento político atual, que o país não pode admitir que se viva uma situação que chamou de looping, em que decisões do STF são desconsideradas por novas leis aprovadas pelo Congresso Nacional, e essas novas leis são derrubadas em seguida pelo STF e assim sucessivamente. A ministra do Supremo Tribunal Federal Carmem Lúcia, por sua vez, foi enfática quando contestou as divisões que acometem a sociedade brasileira: “Precisamos resgatar o que nos une. Não se faz democracia com raiva - e foi isso que o movimento Diretas Já nos mostrou”. Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, ex-presidente da OAB SP, disse que as Diretas Já “despertaram em nós o sentimento de civismo, de amor à Pátria”, e, ao avisar que o compromisso com a democracia deve ser perene, provocou a advocacia: “Nós, advogados, não podemos perder a capacidade de indignação”. Cantora cuja voz tornou-se símbolo do movimento pelas eleições diretas, Fafá de Belém também deu o seu recado: “Fustiguem a juventude para que ela valorize a democracia. O que a gente não quer é retrocesso”. Junto com Fafá estava a atriz Christiane Torloni, que à época liderou a mobilização dos artistas pela volta da democracia. Ela recordou o trabalho de convencimento que foi realizado para que o movimento chegasse à dimensão que chegou: “A arte do encontro é criada olhos nos olhos. Não havia internet, mas havia afeto: fomos bater nas portas”. Juca Kfouri e Ricardo Kotscho, dois jornalistas de atuação marcante nas Diretas Já, também falaram no evento da OAB SP. “Nós, jornalistas, temos sempre que tratar igualmente os dois lados. Mas, essa regra não vale quando um dos lados faz pregação fascista”, advertiu Kfouri. Já Kotscho ponderou que a democracia, ainda hoje, não é “igual para todos”, pois a participação de militares em contendas políticas não está resolvida e, quando ocorre em sentido contrário à democracia, não é reprimida: “Quase caímos num novo golpe”. Coube a Almino Affonso, 95 anos, ex-ministro do Trabalho (governo João Goulart), exilado do país pela ditadura militar, ex-vice-governador de São Paulo (1987-1990), exibir uma lúcida percepção dos dias atuais: “Há algo de novo nos cânones deste país, algo que vai influenciar os nossos destinos: a presença da mulher em todos os níveis”. O evento contou ainda com a participação de Eunice de Jesus Prudente, professora sênior da Faculdade de Direito da USP; do professor Oscar Vilhena Vieira, da Faculdade de Direito da FGV; de Luis Felipe Miguel, professor de ciência política da Universidade de Brasília; Christian Perrone, pesquisador do Instituto Tecnologia e Sociedade; Nelsa Nespolo, fundadora da cooperativa de economia solidária Justa Trama; e Valdecir Nascimento, historiadora e fundadora da organização feminista Odara. A mediação dos debates esteve a cargo do jornalista Oscar Pilagallo, autor do livro “O Girassol que nos Tinge”, que conta história do movimento Diretas Já. A CAASP esteve representada pelos diretores Adib Kassouf Sad (vice-presidente), Leonardo Cedaro (secretário-geral), Solange de Amorim Coelho (tesoureira) e Vilma Muniz de Farias.
30/04/2024 (00:00)
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